sexta-feira, 26 de março de 2010

Se você morasse em uma montanha...


Será que se você morasse em uma montanha estaria tão feliz como está agora?
Será que se morasse em uma montanha poderia ver e desfrutar tudo o que vê e desfruta agora?

Confesso que as vezes gostaria de morar em uma montanha também. Estar sozinho, sem ninguém, sem nada, apenas a vista das estrelas, as montanhas, o rio, nada mais...
Apenas a sensação de tranquilidade me cercando...

Penso as vezes:
"Ah se eu pudesse morar em uma montanha !!! Talvez toda a minha vida seria diferente, talvez todos meus problemas ficariam para trás, talvez lá me sentiria completo, sem mais nenhum objetivo a ser alcançado, apenas a contemplação do horizonte seria minha preocupação."

Mas viver na montanha seria também a declaração de que minha tarefa estava cumprida. Seria confessar que tudo o que tinha pra fazer já está feito, o que me resta é apenas o descanso, apenas o aguardar da morte.

Sei que as vezes a situação faz querermos abandonar tudo, jogar tudo pro alto, mas, se lembrarmos que ainda temos muito para fazer, muito para conquistar, muito para ver aqui embaixo ainda, antes de subirmos para morarmos na montanha, a vida adquire um novo brilho.

As dificuldades enfrentadas são vistas apenas como simples tarefas a serem realizadas no curso da vida sabendo que elas cooperarão para que sejemos pessoas melhores com o passar dos anos.

Na história do mágico de Oz vemos os personagens saindo atrás de algo que eles já possuíam e que apenas desconheciam. Fizeram uma enorme viagem a um reino desconhecido em busca do anseio do coração de cada um. Foi preciso que eles estivessem diante do "falso poderoso" para descobrirem que tudo o que eles precisavam já se encontrava dentro deles.

Talvez a situação seja essa. O morar na montanha talvez não resolverá seu problema, apenas te fará descobrir que tudo o que você precisa você já possui.

Mas saiba minha amiga que se algum dia você for morar na montanha, a primeira coisa que gostaria de ter é o seu endereço, é saber em qual pico estarás, para que possa de vez em quando te tirar do silêncio que te rodeia e te fazer rir trazendo as notícias do mundo que ficou aqui embaixo, enquanto você tem seu momento de reclusão necessário a qualquer pessoa em alguma fase da vida.

Talvez seja necessário ir para a montanha por um tempo, mas acho que se procurar, talvez encontrará o que precisa mais perto do que imagina.

Aprendamos com o mágico de Oz.

I'll be happy for you





But are you leave the sadness behind you ?
Will your heart be conforted with all these words you eat every day?
Will you find your shelter ? Will you find what you looking for?

Oh if all our sadness were a little question of time
If the time were the solution to all of ours troubles all the things would be resolved
nothing else could bring these problems he took away back.
But i’ve learned that time is a great pal, but also a great enemy
That he sometimes bring us hope, but also bring us despair

I think that the time we share with others are the best time we could ever get
But we, many times, forget that and preffer to close in ourselves and don’t let anybody come inside to help in the darkness that surround us.

I think that the time we live today is more like a “solitary time”.
We don’t share, we don’t want this.
We preffer to live in a superficial level with anybody else.
How sad is this? I don’t know.
All I know, is i don’t wanna live like this.
I wanna share. I wanna live in a world people share things. Not only silly things, but things that matter.

But in superficial waters is stupid try to get deep swiming.
Be in silence is not a question of wisdom every time.
That’s something i’ve learned.
I hope you discover this, and when you do, i’ll be happy for you.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Queria ter uma varanda





Queria ter uma varanda.

Penso que se hoje tivesse uma, a noite seria mais agradável.
Poderia me sentar em uma cadeira confortável e observar o céu maravilhoso que se coloca sobre mim.
Clima fresco, céu negro sem nuvens. a lua brilhando, estrelas me fazendo voltar no tempo, uma estrela cadente.
Tudo isso vi hoje a noite enquanto sozinho na janela do meu quarto.

Quanto tempo não parava e observava o céu... O tempo vai passando e perdemos a capacidade de nos admirarmos com as pequenas coisas... Deixamos de ser filósofos (aquele que se admira com as coisas) e nos tornamos filógicos... (aqueles que só vêem com os olhos da razão, se tornaram cegos para se admirarem com as pequenas coisas)

Lá embaixo as luzes também brilhavam. Mas eram luzes das casas, sem graça, sem brilho. Televisões ligadas, computadores conectados e o céu maravilhoso ninguém via.

Talvez o sentimento de solidão seja o que me possibilitou olhar para o céu e contemplar sua beleza. As estrelas me fizeram boa companhia. Mesmo sabendo que talvez elas não estavam mais lá, mesmo assim elas foram minhas companheiras nesses minutos em que as observava pela janela do meu quarto.

Quem disse que uma companhia tem de estar presente para ser companhia? Quantas pessoas presentes não são companhias... Apenas estão lá, mas é como se não estivessem...

As estrelas me mostraram hoje que mesmo talvez ausentes, elas são boas companheiras. Sua luz que remonta a um tempo passado serviu para perceber que não estou só.

Percebi que assim como elas, meu passado também pode ser luz para outros, pude perceber com elas que nem sempre como aparentamos no momento seja o que realmente somos. Nem toda luz que parece brilhar ainda brilha, as vezes a única coisa que ficou foi o brilho do passado que ainda pode ser visto por outros.

Gosto de pensar nas estrelas. Talvez esta luz que vi hoje da janela do meu quarto seja a última que aquela estrela emitiu, talvez pouco tempo depois ela deixou de ser estrela...

Talvez na realidade a estrela já tenha morrido, virou um buraco negro, ou uma anã branca. Talvez. Mas mesmo assim sua luz continuou e hoje pude aprender algo com elas.

Queria ter uma varanda para poder passar mais tempo diante desse céu tão lindo que se mostra agora.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Apenas um texto





Sinto como se a alegria tivesse ido
Sinto como se os momentos felizes nunca mais voltassem
Como é triste habitar nesses ambientes gélidos, sem vida.
Como é triste pensar que cada dia que passa a chance do sol voltar a brilhar vai se esvaindo
Pensar que talvez a esperança esteja morrendo junto ao crepúsculo que se aproxima.

Talvez a parte mais triste seja ver tão densas trevas pairando ao meu lado sem poder fazer nada para que elas se apartem.

Antes eu até achava que poderia ser talvez o portador da luz que iluminaria a situação e faria tudo voltar ao normal.

Achava até que tinha tal poder para transformar trevas em luz.

Mas se nem o muro que você ergueu eu consigo derrubar, se nem o forte de onde contempla todas as coisas eu consegui alcançar, como consiguirei apartar as trevas ?

Ontem, conversando com uma amiga falei com ela que várias vezes um dos nossos erros mais comuns é tentar tratar o que é impossível como possível e vice-versa.

Talvez esteja me conscientizando da impossibilidade da volta, da impossibilidade de novamente ver dias claros dentro de ambientes tão inóspitos.

Talvez seja hora de ver como possibilidade apenas o ambiente gélido, apenas o crepúsculo, não mais esperar o sol desapontar, não mais esperar a vida renascer, não mais pensar que o passado voltará, não mais pensar que o futuro será melhor que o presente.

Enfim, abandonar a esperança.

Mas será que conseguimos abandonar a esperança ? Será que resta vida para além da esperança de que o futuro será melhor que o presente ? E se houver, que tipo de vida seria essa ?

Talvez reste a esta tal vida, a paz. A paz daqueles que já não esperam mais nada. A paz dos que se renderam. Paz que excede nosso entendimento. A paz do coração quieto, que se sossegou porque sabe que tudo aquilo que estava à sua mão para fazer foi feito.

A paz como corolário de uma vida cheia de esperança.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sobre pontes...










Tentei te trazer para perto de mim, mas não sei por qual motivo, você não quis se aproximar.




Ao invés disso preferiu se afastar, ir para longe, sumir, ir para um lugar onde eu não poderia mais te alcançar.






Tenho medo de talvez ter sido eu que tenha te levado pra lá, tenha te conduzido para este lugar distante onde ninguém mais é capaz de te alcançar.






Paro e penso, acho que não teria tal poder. Acho que o máximo que poderia fazer é te afastar de mim mesmo.






Alguns já me disseram que acham tudo isso muito estranho. Não entendem como que um abismo tão grande se formou.






Tal situação me fez lembrar de uma vila que conheci há um tempo atrás.






Era uma certa vila não muito longe daqui onde havia um abismo. A face do abismo dominava toda a população que se constituiu ao redor dele. Por causa disso, a vila era totalmente sem vida, totalmente gélida, apática. Como a vila estava construída ao redor do abismo, uma metade habitava de um lado, e a outra metade, do outro lado, as pessoas não se conheciam, apenas trocavam algumas palavras esparsas entre as paredes do abismo. O fato de habitarem diante do abismo, fez com que eles criassem entre si abismos que se tornaram intransponíveis.






No entanto, certo dia alguém resolveu construir uma ponte. Ele pensou que com ela, seria possível haver comunicação entre os lados do abismo.






Ele construiu a ponte, e ela era tão bonita, tão vistosa, que com o tempo começaram a passar várias coisas por ela.






Passava tanta coisa boa sobre ela, as pessoas riam nela, conversavam sobre ela, dançavam, brincavam, olhavam o horizonte, e os dias passavam como se fossem pequenas horas diante de tão bela paisagem. As manhãs pareciam se recobrir de um brilho que há muito tempo não se via naquele lugar antes tão gelado e vazio. Pessoas dos dois lados do abismo agora podiam abandonar os gestos esparsos e finalmente ter algum contato mais próximo.






A construção daquela ponte era um grito de esperança em meio a todo aquele ambiente sem vida. A ponte representava o clamor de tantos que esperavam poder contemplar um horizonte novo para além dos vales cobertos de gelo.






Aahh belíssima ponte sobre um abismo aparentemente intransponível.






Ela mostrou àquela população que é possível transpor o abismo que eles mesmos tinham criado.






Mas por algum motivo a ponte parece querer ruir. Talvez seja o tempo que tem sido muito severo nessa época do ano, talvez seja o material usado na construção da ponte que poderia ter sido melhor preparado para suportar as intempéries... Sei lá, pode ser tantos motivos...






Os habitantes daquela região lastimam que a ponte dê aparências que esteja ruindo. Resta ainda a esperança de que ela não desabe, que ela resista às intempéries e continue proporcionando bons momentos para os habitantes daquela região tão inóspita.






Lembro de alguém comentar comigo certa vez que aquela ponte era a única coisa que a fazia continuar morando naquele lugar. Tal pessoa desejava de todo o coração que a ponte não ruísse.






Eu acho que esse era o desejo de todos que já viram, ou já passaram por aquela ponte.






Até onde eu sei a ponte ainda está lá. Ainda não ruiu. Talvez hoje ela apenas precise de alguns reparos para que os bons momentos vividos sobre ela possam ser recuperados, e o abismo, possa novamente ser visto como paisagem e não como condição.




Convido-te e a quem quiser vir, a construirmos pontes para transpormos os abismos criados ora por nós mesmos, ora pelas condições que nos cercam.




Convido-te também e a quem quiser vir, a mantermos as pontes que construímos, a não deixar que ela desabe, afinal, dela se podem ver belíssimas paisagens e viver momentos inesquecíveis.




segunda-feira, 15 de março de 2010

Numa manhã havia uma barata que me fez pensar






Há poucos dias atrás, uma barata me fez pensar sobre a reencarnação.


Vou contar como aconteceu.


Acordei para sair para o trabalho, e quando abri a porta, do lado de fora, havia uma barata.


De início assustei, afinal, eram 05:25 da manhã de uma segunda-feira.


Logo em seguida, resolvi fazer algo em relação à barata que estava andando do lado de fora da minha porta.

Pensei comigo: "Vou pegar o raid, e matar a barata antes que ela fuja pra algum lugar que eu não consiga vê-la".


No entanto, enquanto pensei nisso, me veio à cabeça a idéia de reencarnação, e confesso que hesitei um pouco em ir procurar o raid para matar a barata.


O que pensei foi o seguinte:


Se a doutrina da reencarnação , do modo como pensado pelos hindus fizer sentido, a barata que estava na minha porta poderia ser algum tipo de reencarnação de alguma pessoa, e eu, ao matá-la, estaria ou atrapalhando no desenvolvimento do seu karma, uma vez que ela precisaria viver um tempo enquanto barata para de alguma forma poder se aperfeiçoar, ou então a ajudando, uma vez que a livraria do karma de ser uma barata e a possibilitaria voltar sob uma nova forma, talvez melhor.


Só pra salientar, é a partir desse tipo de pensamento que os hindus não atrapalham uma vaca quando ela está atravesando a rua ou fazendo alguma outra coisa , pois para eles, a vaca seria um animal sagrado que já estaria em um estágio muito avançado no processo de desenvolvimento.


Não consegui chegar a uma saída para o impasse, sobre se estaria ajudando ou atrapalhando que optei pelo lado prático a favor de um certo controle das pragas urbanas e resolvi matar a barata e sair para ir trabalhar.


Confesso que foi um bom começo de manhã...


Um pouco sobre lucas 18








Pequeno ensaio sobre Lucas 18 (v.1-8 e 35-43)

Na Bíblia, acreditamos que todas as coisas também se interligam e todas tem uma conexão dentro de um contexto geral, histórico, político etc. Acreditamos que todas as passagens bíblicas possuem uma conexão entre elas e que há um propósito em cada uma dessas passagens . Em cada parábola, cada milagre de Jesus, há uma relação , e um propósito. Eles não estão dispostos aleatoriamente dentro da palavra de Deus. A pregação de Jesus fazia sentido porque aquilo que ele ensinava por meio das parábolas, ele demonstrava através de milagres, e não apenas por isso, mas também pelo fato de que ele conhecia o coração daqueles à quem falava. Jesus conhecia a sua audiência.

Há já algum tempo, tenho pensado a respeito de uma premissa que ouvi uma vez em uma igreja simples do bairro céu azul em Belo Horizonte.

A premissa que eu ouvi e que achei bastante interessante foi dita pelo Presbítero Mário Fernando Campos em 2001 e esta premissa é que pretendo demonstrar neste pequeno ensaio. A premissa é: “Parábolas são milagres em palavras, e milagres são parábolas em ação “. A demonstração desta premissa será feita a partir de duas histórias de Lucas 18.

Essa premissa pode ser transposta sem problemas para outros textos dentro inclusive do próprio texto de Lucas 18, mas me aterei aqui à parábola da viúva persistente e o mendigo cego que é curado por Jesus.


O texto de Lucas 18 se inicia com a parábola da “viúva persistente” (NVI).
O objetivo da parábola segundo Lucas, era sobre o dever de orar sempre e nunca desanimar. (v.1).

A história se passa em uma cidade que não é citada qual é, e o texto afirma que lá havia um juiz que era iníquo e uma viúva que se dirigia sempre a ele pedindo que ele julgasse a sua causa(v.2).

Jesus parecia fazer alusão a uma situação corriqueira de sua época, uma vez que as viúvas várias vezes tinham que recorrer aos juízes para que os seus direitos lhe fossem conferidos.

A figura da viúva no novo testamento, assim como no antigo testamento, é a representação das pessoas simples, pobres e que a única dependência é Deus. A lei de Israel obrigava o israelita a ajudar os órfãos e as viúvas.( Ex. 22:22,, Dt. 10:18,Sl. 68:5, 146:9, Is.1:17). A escolha da viúva como protagonista da parábola é muito importante para representar o milagre que será feito ao final do capítulo.

O juiz do texto, como já afirmado, era um juiz iníquo que não se importava com os homens e nem com Deus. (v.4),mas que mesmo assim faz justiça à viúva. É interessante notar que a atitude do juiz não consistia em uma atitude moral, uma vez que ele não temia aos homens, e nem uma atitude religiosa, o por alguma convenção que precisaria ser adotada, mas sim em uma atitude de conveniência. A sua preocupação era simplesmente um alívio do incômodo que a viúva lhe proporcionava. Mesmo sendo iníquo, ele faz justiça a viúva. O texto diz “justiça” e não simplesmente a julgou, sem preocupar com o adversário dela, mesmo sendo iníquo e não a julgando por um aspecto moral, ou religioso, ele faz justiça à viúva.

O exemplo é muito bom para ilustrar a preocupação de Deus em responder as súplicas dos seus servos, no entanto, no versículo 8 Jesus faz uma indagação curiosa que aparentemente destoa do resto do texto. “Porventura quando vier o filho do homem, achará fé na terra ?” (v; 8).

Jesus ao questionar isso, coloca em questão até quanto tempo estamos dispostos a esperar para que a justiça divina seja feita? Até quando teremos fé? É essa a indagação de Jesus.

Deus é comparado no texto a um juiz que fará justiça àqueles que o buscam mesmo parecendo tardio em atendê-los. Mas a justiça de Deus é realizada a partir da fé de seus servos. Cremos que Deus fará justiça porque isso faz parte de sua natureza.

O fato de Deus ser justo implica que creiamos que a justiça será feita mesmo que demore.
Assim como a viúva cria que o juiz faria justiça à sua causa, a transposição para Deus se dá de forma direta, pois por esse mesmo motivo nós recorremos a Deus. O juiz para a viúva representa a própria justiça, assim como Deus representa a justiça no âmbito maior para aqueles que acreditam Nele.

A parábola da viúva pode ser transposta para a cura do mendigo cego com uma riqueza de detalhes incrível.
O texto de Lucas cita que Jesus estava indo pra Jericó e um cego a beira do caminho estava pedindo esmola. (v.35)


A figura do mendigo a beira do caminho (v.35) é análoga a figura da viúva a beira da sociedade e que insiste que sua causa seja julgada.(v.3)¹.

“A beira do caminho” dá uma idéia de marginalização. A viúva da época de Israel várias vezes eram esquecidas e viviam como que marginalizadas pela sociedade e recebiam esmolas ,assim como o mendigo também vivia a partir das esmolas que recebia.
Um fato interessante a ser notado é que o mendigo começa a clamar a Jesus insistentemente,(v.38) assim como a viúva fazia com o juiz iníquo. (v.3)

O adversário da viúva pode ser transposto para a multidão que impedia que a cura fosse concedida ao cego. A figura da multidão também é bastante interessante e se coloca várias vezes como um adversário na busca da justiça. Em vários milagres de Jesus, a multidão simboliza um empecilho para que o milagre seja feito. (Lc 8:42-48, 9:37-45, 7:-11-17 etc.)

Algo interessante a ser notado é que Jesus não simplesmente curou o cego, mas primeiramente ele perguntou à ele o que ele queria que lhe fosse feito. (v.41).
Essa pergunta enfatiza ainda mais a transposição da parábola para com o milagre. Jesus ao perguntar o que o cego queria, ele faz o papel do juiz que pergunta a parte interessada qual o motivo de sua queixa. O cego por sua vez, tendo conhecimento de sua necessidade, pede que Jesus o cure. (v.40).
______________
1- A figura do mendigo é análoga da viúva, mas com algumas ressalvas; não afirmo aqui que o mendigo exigia também o seu direito de cura. Não há nada na passagem de Lucas que afirma que Jesus estava cumprindo um direito que o mendigo por um acaso tivesse.

Esse também é outro aspecto muito interessante dessa cura, porque o cego conhecia a sua necessidade, e insistia porque tinha consciência de que poderia ser curado. Ele poderia ter pedido qualquer outra coisa, mas ele sabia e conhecia a sua necessidade e por isso pediu aquilo que ele realmente precisava naquele momento.

Assim também a viúva. Ela podia ter pedido comida, roupa, uma casa, afinal não sabemos qual era a necessidade dela no texto. Mas ela vai pedindo aquilo que ela precisava.

Esta parte nos faz refletir também, em como deve ser nossa atitude em relação a Deus. É bom que saibamos o que pediremos quando chegarmos na frente do juiz. Tiago já nos adverte quando afirma que pedimos e não recebemos porque pedimos mal (Tg 4:3). Essa atitude do mendigo e da viúva é algo que tem grande aplicação em nossa vida. Se puséssemos em prática o que a palavra nos ensina por essa parábola acredito que nossas orações seriam bem mais proveitosas.

O mendigo vai até Jesus assim como a viúva vai ao juiz.

Como afirmado no início deste pequeno ensaio, a premissa: “parábolas são milagres em palavras, e milagres são parábolas em ação” fica comprovada pela transposição da parábola da viúva persistente ao milagre da cura do cego em Jericó.

Há no entanto várias outras passagens onde esta transposição pode ser feita.
Não pretendi aqui esgotar o assunto uma vez que a analogia pode se estender de várias formas trazendo inúmeras aplicações tanto na via prática como na via teórica. O que pretendi fazer foi esboçar uma reflexão sobre o texto de Lucas 18 estabelecendo a analogia proposta de que parábolas são milagres em palavras, e milagres são parábolas em ação.












Bibliografia.
1- Bíblia de referência Thompson, tradução de João Ferreira de Almeida, Editora Vida 5ª impressão, São Paulo SP 1996
2- Bíblia NVI ( Nova versão internacional) , Editora Vida, São Paulo SP 2000