terça-feira, 6 de outubro de 2009






Habitas o silêncio
Habito o silêncio
Companheiros da falta de palavras
mas o silêncio não é por falta de palavras
mas por excesso de palavras que devem ficar reclusas
O silêncio que habito é fruto de coisas que devem permanecer como estão
Não me incomodes enquanto me calo.
Se calo, falo comigo mesmo, se me calo, é porque dentro de mim há um diálogo que não pode parar.
Resolvo assuntos importantes, resolvo questões cruciais das quais depende minha vida ou minha morte.

Mas não veja isso como uma constante.
Nem sempre resolvo problemas enquanto me calo.
As vezes me calo por não ter nada pra dizer
as vezes é por querer que primeiro diga alguma coisa,
que inicie uma conversa.
As vezes me calo por solidariedade, porque sei que o momento é de silêncio
porque sei que é momento do seu silêncio.

Não sei se sabe, mas meu silêncio fala tanto quanto o seu,
meu silêncio habita a mesma terra que o seu
provém da mesma falta de expressividade em palavras que o seu

Esse excesso de palavras escritas são tentativas de expressar o que não pode ser expresso pelas palavras, tentativas vãs que se repetem a exaustão.
Palavras, palavras, palavras. Tentativa de alcançar o inalcançável, tentativa de falar o que é "invisível aos olhos" como diria o pequeno príncipe, tentativa de habitar em outro mundo que talvez me é estranho.

Triste tentativa de expressividade vocabular.
Talvez prefira os gestos, gestos gratuitos porém signficativos.
Pena, as vezes incompreensíveis...

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